Longe de ser uma mera ferramenta auxiliar, a IA se transformou no protagonista sobre como interagimos com as informações, redefinindo as regras do jogo para profissionais de SEO e criadores de conteúdo. É nesse cenário que a pesquisa multimodal, que integra texto, voz, imagem e vídeo, não é mais uma tendência futurista, mas uma realidade presente que exige uma adaptação estratégica imediata. Este guia foi elaborado para desvendar os conceitos e as práticas essenciais do SEO para pesquisa multimodal.
Abordaremos desde conceitos básicos, do que é a busca multimodal e por que ela se tornou tão crucial, até as estratégias práticas para otimizar seu conteúdo em cada modalidade.
Para isso, vamos explorar as nuances da otimização para Answer Engine Optimization (AEO), Generative Engine Optimization (GEO) e Artificial Intelligence Optimization (AIO), além de aprofundar em conceitos como Busca Temática e Query Fan-Out, que revelam como o Google e outros mecanismos de IA processam e entregam informações.
Nosso objetivo é fornecer o conhecimento e as ferramentas necessárias para que você não apenas se adapte a essa nova era, mas prospere nela, garantindo que seu conteúdo seja facilmente rastreável, indexável e, fundamentalmente, impossível de ser ignorado pelos mecanismos generativos e ferramentas de busca.
O que é SEO para Pesquisa Multimodal e Por Que ela Importa?
O SEO para pesquisa multimodal Representa uma revolução na forma como os usuários interagem com os mecanismos de busca. Longe de se limitar à tradicional digitação de palavras-chave, essa abordagem integra diversas formas de entrada de dados, permitindo que os usuários busquem informações utilizando texto, voz, imagens e até mesmo vídeos.
Essa convergência de modalidades reflete um comportamento humano mais natural e intuitivo, onde a busca por conhecimento não se restringe a um único formato, mas se expande para abranger a riqueza da experiência sensorial [1].
Definição Detalhada: Texto, Voz, Imagem e Vídeo como Modalidades de Busca
- Busca por Texto: Continua sendo a modalidade mais comum, mas sua complexidade aumentou. As consultas são agora mais conversacionais e contextuais, refletindo a forma como as pessoas se comunicam naturalmente.
- Busca por Voz: Impulsionada pela popularidade de assistentes virtuais como Siri, Alexa e Google Assistant, a busca por voz permite que os usuários façam perguntas de forma oral. Isso exige que o conteúdo seja otimizado para linguagem natural e perguntas completas, muitas vezes com foco em intenções locais [2].
- Busca Visual: Ferramentas como Google Lens e Pinterest Lens transformaram a forma como descobrimos produtos e informações através de imagens. Os usuários podem tirar uma foto de um objeto e buscar informações sobre ele, ou usar imagens como ponto de partida para suas consultas. A otimização visual, incluindo nomes de arquivo descritivos e alt text, tornou-se crucial [1].
- Busca por Vídeo: Com o crescimento de plataformas como YouTube e TikTok, o vídeo tornou-se uma modalidade de busca poderosa. Os mecanismos de busca agora são capazes de analisar o conteúdo de vídeos, incluindo transcrições, legendas e objetos visuais, para fornecer resultados relevantes. A otimização de vídeos vai além dos metadados, abrangendo a estrutura do conteúdo e a presença de capítulos [1].
A Ascensão da IA como Motor da Pesquisa Multimodal
O principal catalisador por trás da ascensão da pesquisa multimodal é o avanço exponencial da Inteligência Artificial, especialmente dos Large Language Models (LLMs) como o Google Gemini e o OpenAI ChatGPT.
Essas IAs são capazes de processar e compreender informações de múltiplas modalidades simultaneamente, permitindo que os mecanismos de busca ofereçam resultados mais precisos e contextuais.
Por exemplo, um usuário pode tirar uma foto de uma planta e perguntar por voz “Que planta é essa e como faço para cultivá-la no meu apartamento?” O Google, impulsionado pelo Gemini 2.5, não apenas identificará a planta, mas também fornecerá um guia de cuidados detalhado, tudo a partir de uma entrada multimodal [3].
Mudança no Comportamento do Usuário
A pesquisa multimodal não é apenas uma capacidade tecnológica; é uma resposta direta à forma como as pessoas naturalmente buscam informações em suas vidas diárias. Considere os seguintes exemplos:
- Google Lens: Um usuário fotografa um tênis em uma revista e usa o Google Lens para encontrar onde comprá-lo online, ou até mesmo para descobrir marcas similares.
- Alexa/Google Assistant: Alguém pergunta ao seu assistente de voz: “Qual agência de marketing digital especializada em SEO para e-commerce tem boas avaliações perto de mim?” A resposta é instantânea e baseada em dados locais e avaliações.
- YouTube Shorts/TikTok: Um adolescente assiste a um vídeo curto sobre um novo produto e clica em “Comprar Agora” diretamente na plataforma, sem precisar sair para um site externo [1].
Esses exemplos ilustram como a pesquisa multimodal está se tornando a norma, e não a exceção. Ignorar essa mudança significa perder uma parcela significativa do público e da visibilidade online.
Dados e Estatísticas Relevantes
Embora o cenário esteja em rápida mudança, algumas estatísticas já apontam para a dominância da pesquisa multimodal.
Como já apontado pelo Google, o Lens já processa quase 20 bilhões de buscas visuais por mês, com um crescimento notável entre os usuários mais jovens [3].
Enquanto isso, na busca por voz, estima-se que uma parcela significativa das buscas já seja realizada por voz, e essa tendência continua a crescer, especialmente com a ascensão de dispositivos inteligentes [2].
Esses números reforçam a urgência para que as estratégias de SEO evoluam para abraçar a pesquisa multimodal, garantindo que o conteúdo seja acessível e relevante em todos os formatos de busca.
A Evolução do SEO: Do Tradicional ao Multimodal
Historicamente, o SEO (Search Engine Optimization) era um campo relativamente direto, focado em três pilares principais: otimização técnica do site (velocidade, rastreabilidade), criação de conteúdo relevante com palavras-chave e construção de backlinks de qualidade.
Essas estratégias visavam melhorar o posicionamento de um site nos resultados de busca orgânicos, principalmente para consultas baseadas em texto. No entanto, a chegada e a rápida evolução da Inteligência Artificial mudaram fundamentalmente esse cenário, introduzindo novas dimensões de otimização que vão muito além do SEO tradicional.
Com a IA no centro das operações dos mecanismos de busca, surgiram novos conceitos e abordagens que são cruciais para a visibilidade digital em 2025 e nos próximos anos.
O Google, por exemplo, com suas AI Overviews e o desenvolvimento contínuo de modelos como o Gemini, está priorizando a entrega de respostas diretas e contextuais, muitas vezes sem a necessidade de o usuário clicar em um link (zero click search). Isso deu origem a novos pilares de otimização:
Novos Pilares de Otimização na Era da IA
- AEO (Answer Engine Optimization – Otimização para Mecanismos de Resposta): O AEO foca na otimização de conteúdo para que ele seja a fonte direta de respostas em mecanismos de busca e chatbots. Isso significa estruturar o conteúdo de forma que as IAs possam facilmente extrair informações precisas e concisas para responder a perguntas dos usuários. O objetivo é ser a “resposta zero” ou o “featured snippet“, onde a informação é apresentada diretamente na SERP. Para isso, é fundamental o uso de linguagem clara, direta e a inclusão de seções de perguntas e respostas (FAQ) [4].
- GEO (Generative Engine Optimization – Otimização para Mecanismos Generativos): O GEO é a prática de otimizar o conteúdo para ser citado e referenciado por modelos de IA generativos, como o ChatGPT e o Google Gemini, em suas respostas. Diferente do SEO tradicional, onde o objetivo é um clique no link, no GEO a meta é ter sua marca, informações ou dados citados diretamente na resposta gerada pela IA. Isso exige conteúdo de alta qualidade, autoritativo e bem estruturado, que as IAs considerem confiável e relevante para suas sínteses.
- AIO (Artificial Intelligence Optimization – Otimização para Inteligência Artificial): O AIO é um conceito mais abrangente que se concentra em como os Large Language Models (LLMs) interpretam e recuperam seu conteúdo. Ele envolve a otimização da clareza, estrutura e contexto do seu material para que os modelos de IA possam compreendê-lo e utilizá-lo de forma eficaz. Isso inclui a criação de conteúdo que não apenas responda a uma pergunta inicial, mas que antecipe as próximas perguntas e forneça um percurso de pesquisa completo, garantindo que o conteúdo seja semanticamente rico e facilmente processável por algoritmos de IA [4].
A Fórmula do Sucesso: SEO Avançado = SEO Tradicional + AEO + GEO + AIO
Quando pensamos em estratégias de conteúdo para IA, a otimização para mecanismos de busca não é mais uma questão de escolher entre o SEO tradicional e as novas abordagens impulsionadas pela inteligência Artificial.
Pelo contrário, é uma fusão estratégica de ambos. Ou seja, o SEO tradicional continua sendo a base fundamental, garantindo que seu site seja tecnicamente sólido, rastreável e indexável. Sem essa base, mesmo o conteúdo mais otimizado para IA terá dificuldade em ser encontrado.
No entanto, para realmente dominar a nova era da busca, é imperativo integrar o AEO, AIO e GEO na sua estratégia SEO.
Essa combinação garante que seu conteúdo não apenas apareça nos resultados de busca tradicionais, mas também seja a fonte preferencial para as respostas geradas por IA, seja em AI Overviews, chatbots ou outras experiências de busca emergentes.
A visibilidade e a autoridade de uma marca no futuro digital dependerão cada vez mais dessa capacidade de ser relevante e citada em todos os pontos de contato da jornada do usuário com a IA [4].
Estratégias Práticas para Otimizar Seu Conteúdo para Pesquisa Multimodal
Compreender a teoria por trás da pesquisa multimodal e da otimização para IA é o primeiro passo. O próximo, e mais crucial, é aplicar essas compreensões em estratégias práticas que transformem seu conteúdo em um ativo poderoso para a nova era da busca.
Então, a otimização deve ser transitar, considerando as particularidades de cada modalidade de busca para garantir máxima visibilidade e relevância. Por exemplo:
Otimização para Busca por Voz
A busca por voz, impulsionada por assistentes como Alexa, Google Assistant e Siri, exige uma abordagem de SEO que mimetize a conversação humana. Ou seja, as pessoas falam de forma diferente do que digitam; suas consultas são mais longas, mais naturais e frequentemente formuladas como perguntas.
Então, para otimizar seu conteúdo para busca por voz, considere os seguintes pontos:
- Linguagem Natural e Conversacional: Escreva seu conteúdo como se estivesse conversando diretamente com o usuário. Use frases completas e evite jargões excessivos. Pense em como as pessoas fariam perguntas oralmente sobre o seu tópico. Por exemplo, em vez de “indexar no Google“, a busca por voz pode ser “Como indexar rápido no Google e aparecer na SERP em menos de 24h?“ [2].
- Uso de Perguntas e Respostas (FAQs): Crie seções de Perguntas Frequentes (FAQs) que abordem as dúvidas mais comuns dos usuários de forma direta e concisa. Cada pergunta deve ser uma frase completa e natural, e a resposta deve ser igualmente clara e objetiva. Isso facilita que os assistentes de voz extraiam a informação e a apresentem como uma resposta direta [1].
- Schema Markup (FAQPage, HowTo): Implemente o schema markup FAQPage para suas seções de perguntas e respostas. Isso ajuda os mecanismos de busca a entenderem a estrutura do seu conteúdo e a exibirem suas FAQs diretamente nos resultados de busca, aumentando a probabilidade de serem usadas em respostas de voz. Para conteúdos que explicam como fazer algo, o schema HowTo também é extremamente valioso [1].
- Foco na Intenção do Usuário e no Contexto Local: As buscas por voz frequentemente têm uma intenção mais transacional ou local. Por exemplo, “Onde posso encontrar uma agência de SEO perto de mim?” Otimize seu conteúdo para responder a essas intenções específicas, incluindo informações de localização, horários de funcionamento e chamadas para ação claras. Para negócios locais, a otimização do Google Meu Negócio é fundamental [2].
- Velocidade de Carregamento da Página: A velocidade é crucial para a experiência do usuário em todas as modalidades, mas especialmente na busca por voz, onde as respostas precisam ser quase instantâneas. Garanta que suas páginas carreguem rapidamente para evitar que os usuários desistam antes de obterem a resposta [1].
Ao focar na linguagem natural, na estrutura de perguntas e respostas e na otimização técnica para velocidade e contexto, você aumenta significativamente as chances de seu conteúdo ser a resposta preferencial para as consultas de voz, posicionando-o de forma estratégica na nova era da busca.
Otimização para Busca Visual
A busca visual, exemplificada por ferramentas como Google Lens e Pinterest Lens, transformou imagens de meros elementos decorativos em poderosas ferramentas de busca. Para que seu conteúdo se destaque nessa modalidade, é essencial ir além do básico e otimizar suas imagens de forma estratégica:
- Imagens de Alta Qualidade e Relevantes: Utilize imagens de alta resolução que sejam diretamente relevantes para o conteúdo. Imagens claras e bem produzidas não apenas melhoram a experiência do usuário, mas também fornecem mais dados visuais para os algoritmos de IA interpretarem. Evite imagens genéricas ou de baixa qualidade [1].
- Nomes de Arquivo Descritivos e Alt Text Otimizado: Este é um dos pilares da otimização visual. O nome do arquivo da imagem deve ser descritivo e incluir palavras-chave relevantes (ex: tenis-sustentavel-azul-couro.jpg em vez de IMG_001.jpg). O texto alternativo (alt text) é ainda mais crucial, pois descreve a imagem para mecanismos de busca e usuários com deficiência visual. Ele deve ser conciso, descritivo e incluir a palavra-chave principal ou secundária de forma natural. Pense no alt text como uma descrição textual da imagem para quem não pode vê-la [1].
- Uso de Schema Markup para Imagens (ImageObject): Implementar o schema markup ImageObject ajuda os mecanismos de busca a entenderem o contexto e os detalhes da sua imagem, como autor, descrição e URL. Isso pode aumentar a visibilidade da sua imagem em resultados de busca visual e em AI Overviews [1].
- Considerações para Pinterest SEO e Outras Plataformas Visuais: Se o seu negócio se beneficia de plataformas visuais como o Pinterest, otimize suas imagens especificamente para elas. Isso inclui o uso de descrições ricas em palavras-chave, hashtags relevantes e a criação de pins visualmente atraentes. O Pinterest, por exemplo, funciona como um motor de busca visual, e a otimização para ele pode direcionar um tráfego significativo [1].
- Contexto Visual e Semântico: As IAs estão cada vez mais sofisticadas na compreensão do contexto visual. Certifique-se de que suas imagens estejam inseridas em um contexto textual relevante. A combinação de uma imagem bem otimizada com um texto contextualizado cria uma experiência semântica rica que é altamente valorizada pelos algoritmos de IA.
Ao investir na otimização visual, você não apenas melhora a acessibilidade e a experiência do usuário, mas também abre um novo canal para que seu conteúdo seja descoberto em um mundo cada vez mais visual.
Otimização para Busca por Vídeo
O vídeo se consolidou como um formato de conteúdo dominante, e os mecanismos de busca estão cada vez mais aptos a compreender e indexar seu conteúdo. Para otimizar seus vídeos com SEO para pesquisa multimodal, é fundamental ir além do upload e focar na inteligibilidade para a IA e para o usuário:
- Criação de Vídeos Relevantes e de Alta Qualidade: Produza vídeos que sejam informativos, envolventes e diretamente relacionados à sua palavra-chave principal e secundária. A qualidade visual e sonora é importante para a experiência do usuário e para a percepção da IA sobre a profissionalismo do seu conteúdo [1].
- Transcrições e Legendas (Closed Captions) para Acessibilidade e Indexação por IA: Este é um dos elementos mais críticos para a otimização de vídeo. Forneça transcrições completas do áudio do seu vídeo. As legendas (closed captions) não apenas tornam seu conteúdo acessível a um público mais amplo (incluindo pessoas com deficiência auditiva ou que assistem sem áudio), mas também fornecem texto indexável para os mecanismos de busca. A IA pode “ler” essas transcrições para entender o tópico do seu vídeo e indexá-lo para consultas relevantes [1].
- Uso de Capítulos e Timestamps para Facilitar a Navegação e a Compreensão da IA: Divida seus vídeos em capítulos com timestamps claros. Isso não só melhora a experiência do usuário, permitindo que eles pulem para seções de interesse, mas também ajuda a IA a identificar os principais tópicos abordados em seu vídeo. O Google pode exibir esses capítulos diretamente nos resultados de busca, aumentando a visibilidade do seu conteúdo [1].
- Otimização de Títulos, Descrições e Tags para Plataformas como YouTube e TikTok: Embora o conteúdo do vídeo seja cada vez mais importante, os metadados ainda desempenham um papel crucial. Utilize títulos atraentes e ricos em palavras-chave, descrições detalhadas que resumam o conteúdo do vídeo e incluam palavras-chave relevantes, e tags que ajudem a categorizar seu vídeo. Para plataformas como o YouTube, a otimização desses elementos é fundamental para o ranqueamento [1].
- Miniaturas (Thumbnails) Atraentes: A miniatura do seu vídeo é a primeira impressão visual que os usuários e a IA terão. Crie miniaturas personalizadas e atraentes que representem com precisão o conteúdo do vídeo e incentivem o clique.
Ao adotar essas práticas, você garante que seus vídeos não apenas alcancem um público maior, mas também sejam compreendidos e valorizados pelos algoritmos de IA, posicionando-os de forma eficaz no SEO para pesquisa multimodal.
Aprofundando na Mente do Google: Busca Temática e Query Fan-Out
Para realmente dominar o SEO na era da pesquisa multimodal e da IA, é fundamental ir além das otimizações superficiais e compreender como os mecanismos de busca, especialmente o Google, processam e organizam a informação em um nível mais profundo. Dois conceitos-chave que nos ajudam a desvendar essa complexidade são a “Busca Temática” e o “Query Fan-Out”.
Explicação da “Busca Temática”: Como o Google Organiza o Conhecimento em Temas
A Busca Temática é uma abordagem sofisticada do Google para entender a intenção por trás de uma consulta de pesquisa, não apenas com base nas palavras-chave usadas, mas no tema geral e nos subtemas relacionados. Em vez de simplesmente corresponder palavras, o Google tenta compreender o “assunto” que o usuário está explorando. Isso é particularmente relevante em um mundo onde as consultas são cada vez mais conversacionais e complexas.
De acordo com patentes do Google, o sistema de busca temática funciona em etapas [3], por exemplo:
- Obtenção de Resultados Relevantes: Inicialmente, o Google coleta um vasto conjunto de “documentos responsivos” (páginas da web, vídeos, imagens, etc.) que são considerados relevantes para a consulta inicial do usuário.
- Extração de Temas Principais: Em seguida, os algoritmos de IA do Google analisam o conteúdo desses documentos para identificar os temas e subtemas mais importantes. Por exemplo, se alguém pesquisa “Por que os artigos do meu blog não aparecem no Google”, o buscador entende que o tema principal é SEO e pode relacioná-lo a subtemas como “marketing de conteúdo“, “palavras-chave de cauda longa” e “otimização on-page”, por exemplo. Cada um desses é um “tema” que contribui para a compreensão completa da intenção do usuário.
- Organização e Apresentação dos Temas: Finalmente, o Google organiza e apresenta esses temas de forma intuitiva nos resultados da busca. Isso pode aparecer em diversos formatos, como carrosséis de tópicos, painéis de conhecimento ou seções de “Pessoas também perguntam”. O mais importante é que esses temas são interativos; ao clicar em um deles, o usuário pode aprofundar-se naquele subtema específico, e o Google ajusta os resultados para refletir essa nova intenção [3].
Para os criadores de conteúdo, isso significa que não basta mais focar em uma única palavra-chave. É preciso criar conteúdo abrangente que cubra um tema de forma exaustiva, abordando todos os seus subtemas relevantes.
Então, pense em seu conteúdo como um hub de informações sobre um tópico, com seções bem definidas que a IA pode facilmente identificar como “temas” distintos.
Query Fan-Out: Como uma Busca se Desdobra em Múltiplas Intenções?
O “Query Fan-Out” é um conceito que descreve como uma única consulta de pesquisa pode se desdobrar em múltiplas intenções de busca, à medida que o usuário refina sua pesquisa ou explora diferentes aspectos de um tópico.
Em outras palavras, a IA do Google não apenas responde à pergunta inicial, mas tenta antecipar as próximas perguntas que o usuário pode ter, oferecendo um caminho de descoberta de informações.
Por exemplo, se um usuário pesquisa “melhores plugin para SEO“, a IA pode inferir que as próximas perguntas podem ser “como otimizar um blog em WordPress”, ” como monitorar palavras-chaves” ou “como funciona a Opti”.
O Query Fan-Out é a capacidade da IA de mapear essas possíveis “próximas perguntas” e preparar o conteúdo para respondê-las de forma proativa [3].
Implicações para a Criação de Conteúdo
Com a Busca Temática e o Query Fan-Out em mente, a criação de conteúdo com IA pode funcionar para o SEO multimodal, mas exige uma mudança de mentalidade:
- Conteúdo Abrangente e Aprofundado: Em vez de artigos curtos e superficiais, concentre-se em criar conteúdo que explore um tópico em profundidade, cobrindo todos os seus aspectos e subtemas relevantes. Isso aumenta a probabilidade de seu conteúdo ser reconhecido como uma fonte autoritativa e ser usado para responder a uma variedade de consultas relacionadas [3].
- Estrutura Lógica e Hierárquica: Organize seu conteúdo com uma estrutura clara e lógica, utilizando títulos (H1, H2, H3, etc.) e subtítulos que reflitam os diferentes temas e subtemas abordados. Isso facilita a varredura do conteúdo pelos algoritmos de IA e a identificação de informações específicas para respostas diretas.
- Antecipação de Perguntas: Pense nas perguntas que os usuários podem ter depois de ler uma seção do seu conteúdo. Inclua essas perguntas e suas respostas de forma natural no texto, ou em seções de FAQ. Isso não só melhora a experiência do usuário, mas também alimenta o Query Fan-Out da IA, posicionando seu conteúdo como uma fonte completa de informações.
- Conexões Semânticas: Utilize sinônimos, termos relacionados e variações de palavras-chave para enriquecer a semântica do seu conteúdo. Isso ajuda a IA a entender o contexto mais amplo do seu tópico e a conectar seu conteúdo a uma gama maior de consultas de pesquisa.
Ao alinhar sua estratégia de conteúdo com os princípios da Busca Temática e do Query Fan-Out, você não apenas otimiza para as capacidades atuais da IA, mas também se prepara para as futuras evoluções dos mecanismos de busca, garantindo que seu conteúdo seja sempre relevante e visível.
E-E-A-T na Era Multimodal: Construindo Autoridade e Confiabilidade
O conceito de E-E-A-T (Experiência, Expertise, Autoridade e Confiabilidade) tem sido um pilar fundamental nas diretrizes de qualidade do Google por anos, e sua importância só cresce na era da pesquisa multimodal e da Inteligência Artificial.
Em um cenário onde as IAs buscam fornecer as respostas mais precisas e confiáveis diretamente aos usuários, a capacidade de um conteúdo demonstrar E-E-A-T é mais crucial do que nunca.
Para ser selecionado como fonte por Large Language Models (LLMs) e aparecer em AI Overviews, seu conteúdo precisa exalar credibilidade.
Reafirmando a Importância de Experiência, Expertise, Autoridade e Confiabilidade
- Experiência (Experience): Refere-se ao conhecimento prático e de primeira mão sobre o tópico. O conteúdo deve ser criado por alguém que realmente vivenciou ou utilizou o que está sendo discutido. Por exemplo, um review de produto escrito por alguém que realmente o testou demonstra experiência.
- Expertise (Expertise): Diz respeito ao conhecimento formal ou técnico sobre um assunto. Isso pode ser demonstrado por qualificações acadêmicas, experiência profissional na área ou um profundo entendimento de um campo específico. Um artigo sobre saúde, por exemplo, deve ser escrito por um profissional da área da saúde.
- Autoridade (Authoritativeness): É a reputação do criador do conteúdo e do site como uma fonte confiável e respeitada sobre um determinado tópico. Isso é construído ao longo do tempo através de citações, menções em outras fontes autoritativas e um histórico de produção de conteúdo de alta qualidade.
- Confiabilidade (Trustworthiness): É o grau em que os usuários (e os algoritmos) podem confiar que o conteúdo é preciso, honesto, seguro e imparcial. Isso inclui a precisão das informações, a segurança do site (HTTPS), a transparência sobre as fontes e a ausência de informações enganosas.
Como Demonstrar E-E-A-T em SEO para pesquisa multimodal
Em um ambiente de pesquisa multimodal, a demonstração de E-E-A-T vai além do texto. Ela se estende a todas as modalidades de conteúdo:
- Autoria Clara e Credenciais: Sempre identifique o autor do conteúdo e forneça suas credenciais relevantes. Isso pode incluir uma biografia do autor com links para seu perfil profissional (LinkedIn, por exemplo), artigos publicados ou outras provas de sua expertise. Para vídeos, o apresentador deve ser claramente identificado e suas qualificações, se relevantes, mencionadas [4].
- Citações de Fontes Confiáveis: Apoie suas afirmações com dados, estudos e citações de fontes respeitáveis e autoritativas. Isso não apenas aumenta a confiabilidade do seu conteúdo, mas também ajuda os algoritmos de IA a validar a informação. Em vídeos, referências visuais ou textuais a fontes podem ser incorporadas [1].
- Conteúdo Aprofundado e Baseado em Dados: Conteúdo que demonstra um profundo conhecimento do assunto, com análises detalhadas, exemplos práticos e dados relevantes, sinaliza expertise e autoridade. Para imagens e vídeos, isso significa que o conteúdo visual deve ser informativo e não apenas ilustrativo, apresentando dados ou demonstrações que reforcem a mensagem [1].
- Transparência e Imparcialidade: Seja transparente sobre qualquer viés ou patrocínio. Apresente informações de forma imparcial, considerando diferentes perspectivas quando apropriado. Isso constrói confiança com o público e com os algoritmos.
- Experiência do Usuário (UX) e Segurança do Site: Um site com boa usabilidade, rápido, responsivo e seguro (HTTPS) contribui para a confiabilidade geral. Se o site é difícil de navegar ou lento, isso pode impactar negativamente a percepção de E-E-A-T [1].
A Relevância do E-E-A-T para Ser Selecionado como Fonte por LLMs e AI Overviews
Os LLMs e as AI Overviews são projetados para fornecer aos usuários as informações mais precisas e úteis possíveis. Para fazer isso, eles precisam confiar nas fontes de onde extraem seus dados.
Um conteúdo com forte E-E-A-T é um sinal claro para esses sistemas de que a informação é de alta qualidade e pode ser utilizada com segurança para gerar respostas.
Quando seu conteúdo demonstra E-E-A-T, ele se torna um candidato preferencial para:
- Featured Snippets e Posição Zero: Onde o Google exibe uma resposta direta à consulta do usuário.
- AI Overviews: Resumos gerados por IA que aparecem no topo da SERP, sintetizando informações de diversas fontes.
- Respostas de Chatbots: Quando um LLM é consultado, ele buscará as fontes mais autoritativas para compor sua resposta.
Em essência, o E-E-A-T é a moeda de troca da credibilidade na era da IA. Ao construir e demonstrar consistentemente esses atributos em todo o seu conteúdo multimodal, você não apenas melhora seu ranqueamento, mas se estabelece como uma fonte indispensável de informação para o futuro da busca.
Referências
[1] Searches Everywhere. Multimodal Search: The Future of SEO & How to Adapt.
[2] Lumar. Multimodal Search in 2025: Image, Video, & Voice Search [SEO News].
[3] Google. Expanding AI Overviews and introducing AI Mode.
[4] UP2Goo. SEO e Inteligência Artificial: O Futuro da Busca Já Começou.
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